quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

TRIBUTO A UM AMIGO

 


Você que apareceu

De onde não sei dizer .

Mas, foi você quem me socorreu

Quando precisei de você.

 

Você, que era indiferente

Você, que eu ignorei

Foi você quem me amparou

Quando de ti precisei.

 

No momento mais difícil

Na hora em que eu mais precisava

De um amigo sincero

Era você, quem lá estava.

 

Pelo ato de bravura

Pelo carinho dedicado

Te levo dentro do peito

Jamais serás um passado.

 

Você, que era indiferente

Você, que eu ignorei

Sua solidariedade

Eu jamais esquecerei.

 

Um dia você partirá

Para onde não sei dizer

Mas ficará a certeza

Do amigo que foi você.

RAROS MOMENTOS

 


 

No deslumbrar de um novo dia

Um sorriso irradia

Um céu, um paraíso

Um abraço raro, raríssimo

Porém, cheio de sentimento

Aflorando dentro do peito.

 

Um sonho que se renova a cada beijo

 São poucos nossos momentos

Porque são ocultos

Mas de amor, muito.

Palavras que se calam

E nada revelam

Mas os olhos que te fitam, esbravejam

Como raios de luz, irradiam

O mais forte sentimento do desejo.

 

Na saudade do teu sorriso

Não me sinto só

E a saudade mais sublime

Tão sublime quanto este amor

Onde a lágrima que escorre é doce

E o soluço sem rancor.

 

Em minha alma pequena

Onde tudo vale a pena

Engrandece mais e mais

A escrita de um poema

E por saber que teu beijo existe

Não consigo mais, ser triste.

PRIMAVERA II

 



Amor eu preciso te dizer

Que os poemas mais lindos

Escrevi para você.

 

Hoje aqui no pé da serra

Onde vivo a te esperar

Não avisto nossa estrela

A em a luz do teu olhar

Somente o rasgar das árvores

Com o ventanejar.

 

Meu telefone está mudo

Não ouço teu murmurar

Ás montanhas majestosas

Escondendo o luar

Aqui tudo é muito triste

Sem o seu gracejar.

 

A chuva fina que cai

Faz meu corpo congelar

Meu coração e cristal

Resiste em não trincar

O teu beijo que não chega

Para me acalentar.

 

O nevoeiro se agita

Quer chamar minha atenção

E como um tapete branco

Se esparrama pelo chão

Valsando em vai e vem

Desliza ao meu redor

Mostrando-me que também

Ele se sente só.

 

Enquanto no pé da serra

Escrevo minha saudade

Você brinca de amor

Com outro alguém na cidade

Esquecendo nossas juras

Naqueles finais de tardes.

 

Quando você voltar

Entre bem devagarinho

Nos teus braços, com carinho

Eu quero me aninhar

Depois de sentir seus beijos

Seus abraços e seu calor

Me deite no chão batido

E me faça muito amor.


 

MAYJA LIZA

 

Para minha filha Mayja Liza

 

Você chegou como uma melodia

 Suave e cheia de encanto

Fazendo-me sentir tanta alegria

Envolvida docemente em seu manto.

 

No calor de seu beijo, trouxe a vida

O amor a malícia e o pecado

No seu corpo o desejo das carícias

E o balanço dos seus gestos delicados.

 

No dourado dos teus cabelos longos

Que vejo espalhado em teus lençóis

No teu sono, como um anjo vai sonhando

Traz no rosto, a mais linda palidez.

 

És o silêncio que conservo no peito

És o brilho que ilumina o meu olhar

És o amor, do amor que foi perfeito

Que o tempo acabou por machucar.



quarta-feira, 14 de março de 2012

A DESPEDIDA

PAISAGEM
Réplica
 Por favor amor não chore

No dia em que eu partir

Pois talvez eu me demore
Ou, nunca mais volte aqui.

Levarei como bagagem
Muitas saudades de ti
Mas, prefiro ir embora
Seguir o meu caminho
Porque já chegou a hora
De deixar você sozinho.

Nosso amor é proibido
Não podemos ir em frente
Pois estaremos ferindo
Pessoas tão inocentes.

Por favor amor, não chore
Sorria, quando eu partir
Comigo vão as lembranças
Do que contigo vivi.

Da ternura tão singela
Dos momentos de loucuras
Das fugas, nas noites belas
Dos beijos, à luz da lua.

Da aurora das manhãs
Que em teus braços acordei
Da certeza que o amor
Só em ti eu encontrei.

Por favor amor, não chore
Para sempre, te amarei.

Santo André, 16/07/94

A GUERRA

As Japonesas
Réplica
Um avião que surge de repente
Carregado de mísseis assassinos
As cidades em chamas ardendo
Matando meninas e meninos.

Fogem os sobreviventes

Sobre os corpos caídos por terra

Fogem do horror da guerra.

Não há tempo para velórios
Outra bomba os enterra
Mutilados em seu próprio solo
As pobres vítimas da guerra.

A guerra é estúpida e inútil

Massacra quem não faz guerra
É o poder e a ganância fútil
Pela terra que nos enterra.

Se eu pudesse...
Eu mataria a guerra.

Canoas, 20/06/98

A FACA


Navios
Réplica
Entre lágrimas e saudades é que vejo teu vulto
Mergulhada no silêncio deste amor oculto
Enobrecida por tamanho sentimento,
Empobrecida por não ter-te à todo momento
Te vejo, entre rosas e jasmins
Quando esperavas por mim.

Cresce meu coração, no calor da emoção
Cresce meus desejos, minha paixão,
 
Mas a morte que chega constantemente

Na lâmina e uma faca, que reluz exuberante,

Na figura de um carrasco ameaçante.
Falar não é preciso, gritar não é possível
Um ponto de fuga não encontro
Preciso exercitar minh’alma, escrever poesias
Não cabe mais em meu silêncio esta euforia
Através de meus versos é que falo com meu amor
Nesta mistura de paixão e dor.

Palavras me vem como magia
Agitam minhas mãos vazias
A noite surge, toda vadia
Talvez eu sobreviva! Talvez não!
Como será o novo dia?
Um velório? Outra poesia?
Ou um corpo inerte no chão.

Chega o cansaço, um sobressalto,
Já perdidas as esperanças
Não sei se devo dormir em minha cama macia,
Ou lá fora, na calçada suja e fria.

S. Fco. Sul, 11/05/04

A ROSA E O JASMIM

Eu e Minhas Pinturas

Uma rosa vestida de pétalas
Com sua exuberante magia
A rosa que encantou a festa
Quem sabe o que ela sentia

Rosa, rosa como as rosas
Enfeitando o jardim
Vive triste apaixonada
À espera do jasmim
Chorando gotas de orvalho
Presa fica em seu galho
Como quem espera o fim

O jasmim lá tão distante
Sentiu o cheiro da Rosa
Sonhando com sua amante
Rosa, rosa cor de rosa

No jardim “tristonha e frágil”
Chora a rosa amordaçada
Suas gotas de orvalho
Escorrem pelas calçadas
Quando avista o jasmim
Trazendo de outro jardim
Rosas brancas, amarelas, vermelhas e alaranjadas.

S. Fco. Sul, 03/02/02

A ROSA E O JASMIM II

Eu e Minhas Pinturas
Passa vento, rasteiro, rasteiro,
Rouba o perfume do meu jardim
Leva até ele todo meu cheiro,
O cheiro da Rosa para o Jasmim.

Escuta aqui vento, vá devagarinho,
Espalhe estas pétalas por trás das barrancas,

Você sabe bem do nosso caminho

Entitulado:  “A Estradinha Romântica”.

Lá onde a gente  nos finais de tarde
Se olha, se toca, se sente e se beija,
Onde os quero-queros correndo esbravejam
Nos nossos momentos de felicidade.

E dona coruja? Você lembra vento?

Espiando a gente na beira da toca

Lá dentro estão todos os seus rebentos
Futuros herdeiros daquelas barrancas.

O Jasmim está triste, não sente o aroma
Da Rosa cheirosa lá na estradinha,
Do beijo encarnado no sabor molhado
E olhinhos assustados
Como as corujinhas.

S.Fco do Sul, 28/03/02

A TI LEINHA


Para Minha Filha Léinha
Filhinha de onde vens
Com sua sainha rendada
Essas unhas bem feitinhas
E a carinha pintada?

Será que você cresceu
Mas não me dissestes nada?
Ou eu que não percebi
Por viver sempre ocupada?

E esse perfume suave
Que exala de você
Filhinha de onde vens
Você pode me dizer?

Mamãe, eu venho dos campos
Dos sonhos que lá vivi
Esse perfume é das flores
Que um anjo ofertou a mim.

Santo André, 13/09/94